quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Pela "Estrada Velha" Santa-Cruz - Cocha


30.09.2013. ... De manhã em Mairana tomei o meu café e embarquei naquele ônibus amarelo (Logística em Samaipata: nó de Mairana) com destino a Cochabamba. Como uma hora antes de chegada deveria passar em Punata, que pretendia visitar no dia seguinte, resolvi encurtar o trajeto e descer lá mesmo. Apesar disso, acabou sendo a mais longa viagem do roteiro, de 9 horas, embora em distância não era a maior, uns 320 km. 

O ônibus não foi nem muito velho, nem muito apertado, consegui guardar mochila entre as pernas, mas com dificuldades. Partimos quase na hora certa, 8:36, e em puco menos de 2 horas vencemos 110 km até Comarapa pela estrada asfaltada. Muitas curvas, quase sempre subindo aos poucos, mas tudo tranquilo. Muitos sítios, roças, pequenas fazendas nos vales dos rios que estrada acompanhava. Alguns povoados, com igrejas e escolinhas. Reparei Los Negros no km 172, cujo transporte me ajudou no dia anterior. 

Comarapa, fundada em 1615, altitude 1800 m, 4-5 mil habitantes

Parada para comer e descansar, 30 min. Esta cidadezinha é bastante importante, fica no meio de caminho entre Santa Cruz e Cochabamba (mais ou menos 250 e 260 km respetivamente). Por perto há construções incaicas, locais de combates entre incas e guaranis. E espanhóis, vindos de Lima, há 4 séculos que montaram aqui um entreposto de estrada. Hoje em dia é um tronco de vias locais, que liga várias "valles crucenõs", e nada menos que capital de uma província.

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Chegamos deste lado, e reparei que houve vários ônibus prestes a partir para cidades maiores, e não só para Santa Cruz e Cochabamba: aquele vermelho ia para Sucre. Quem precisar, procure aqui: http://wikimapia.org/#lang=pt&lat=-17.916788&lon=-64.531127&z=17&m=b

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E o nosso amarelo parou aqui, ao lado de um refeitório. A seguir, nós espera aquela estrada de terra e cascalho que sobe acima de teto do ônibus de direita para esquerda, e não encontraremos outro lugar para almoço por muito tempo. Próximos 130 km sem asfalto andamos mais devagar, gastamos 4,5 horas neste trecho montanhoso. E depois mais 1,5 h de asfalto até Punata (quase 80 km). Esta parte foi muito bonita, exceto um pedaço que se escondeu em nuvens densas.

Saímos de Comarapa às 11 e alguns minutos, logo passamos pelo pedágio, com distâncias indicadas até várias cidades (Cochabamba 259), e justamente aqui acabou o asfalto.

(11:07)
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Subida lenta de 1800 m, 35 minutos depois abriu finalmente alguma vista do meu lado direito, mas bem menos ampla que observamos pela esquerda até aqui:

(11:43)
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Local é mais ou menos este, na altitude já passando de 2500 m: http://wikimapia.org/#lang=pt&lat=-17.896176&lon=-64.605575&z=15&m=b

Subida continua e tudo fica mais verde, floresta em todo lugar (http://wikimapia.org/#lang=pt&lat=-17.8 ... 8&z=14&m=b):

(12:10)
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Há pequenos pastos, bem aproveitados:

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A estrada no fundo é aquela mesma, por onde passamos agora pouco. E as nuvens já estavam bem perto. Subimos mais um pouco (2700 m) e andamos dentro, mais devagar ainda. Alias, essas nuvens persistem por lá em todas fotos de satélite por onde já pesquisei o trajeto.

(12:23)
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Recuperando a visibilidade já acima dos 2900 m, estrada ficou quase plana, acabou a subida íngreme.

(12:36)
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Um posto de controle (na altitude de 2980 m). http://wikimapia.org/#lang=pt&lat=-17.828309&lon=-64.754555&z=16&m=b
Acho que foi mais um pedágio e o limite dos Departamentos Santa Cruz e Cochabamba ao mesmo tempo, mas pode ser que só uma dessas coisas.

Depois andamos algum tempo nestas alturas de 2900 - 3000 m, entre vales bonitos, com sinais de prosperidade.

(13:10)
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E logo descida para vale de um rio (Pojo?). Mais de 20 minutos sem vista do meu lado, com fundo de um grande vale se aproximando de outro. Passamos pela ponte na altitude 2110 m. http://wikimapia.org/#lang=pt&lat=-17.722935&lon=-64.889460&z=14&m=b
E outra subida, mais íngreme, até "costurada" no início e pegando uma beirada das rochas a seguir - a parte mais espetacular para nosso bordo direito.

E neste início de subida o estado da estrada era mais problemático.

(13:34)
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(13:39)
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Aqui aconteceu uma paradinha forçada. O motorista de caminhão que descia fez cara de pau, e não deu preferência para quem sobe, que causou só reclamações pacíficas por parte do nosso condutor e dos operários da obra de recuperação. 

(13:42)
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Já viramos e podemos ver o trecho anterior em baixo, e o trecho antes da ponte mais embaixo ainda.
E a cidadezinha com nome da nossa transportadora Pojo também.

(13:43)
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A ponte também não escapou da nossa visão, já subimos mais de 300 metros acima do rio (até 2450 m).

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E tome mais subida:

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E nossas curvas anteriores já lá em baixo:
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E subida mais moderada pela frente:

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Com nuvens de novo praticamente do lado:

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Mas com muitas coisas bonitas ao nosso redor:

(13:51)
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A estrada também é bonita:

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Mas não é exatamente uma moleza:

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Mais uma curvinha boa:

(13:57)
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E vistas cada vez mais amplas.
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(14:00)
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Estamos penetrando no outro desfiladeiro, já acima de 2900 m - http://wikimapia.org/#lang=pt&lat=-17.740757&lon=-64.969025&z=14&m=b

De novo andamos meia hora nas alturas um pouco acima de 3000 m, depois outra descida, menos patética que subida.

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(14:36)
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Aqui já não há tanta umidade e prosperidade, como acusam casas dos agricultores:
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Nesta vez, o fundo do vale foi encontrado nos 2600 m. 

(14:55)
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Passamos pela ponte no meio deste povoado: http://wikimapia.org/#lang=pt&lat=-17.717212&lon=-65.088758&z=14&m=b

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E vamos embora, subindo de novo.

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Buscando as nuvens lá em cima.

(15:01)Imagem

Ou já embaixo:

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(15:10)
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Aqui já estamos de novo acima dos 2900 m.

Logo começou o asfalto e a velocidade aumentou, praticamente impedindo abertura da janela (estava frio). Subimos ainda até 3200 m, depois andamos entre 2800 e 2900. Mais um desfiladeiro longo e fechado, cada vez mais alto...

Alcançamos 3680 m antes da descida ao Valle Alto de Cochabamba.

(17:10)
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Na abertura do qual finalmente consegui uma foto panorâmica, já com cumes nevados.

Chegamos na periferia de Punata 20 minutos depois. Desci junto com mais alguns passageiros.
Houve carro esperando por eles, e fui sozinho ao ponto de ônibus urbano, onde logo peguei uma van até o centro...

Visitem também o álbum fotográfico mais completo: Ruta 7 Mairana-Punata


Fotos do autor.
Atualizado 08.01.2019

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